sexta-feira, 15 de junho de 2007

Os 41 a 50 Contos do Vigário


41 - Aliança - O vigarista derruba uma aliança no chão e fica por perto. Uma pessoa a encontra e o golpista chega perto para dizer que achou a outra e oferece por uma pechincha. Sem desconfiar, a pessoa compra bijuteria por preço de ouro.

42 - Bilhete premiado - O estelionatário finge ser uma pessoa humilde e ingênua, com um bilhete premiado nas mãos, falso, é claro. Com lábia, o falso matuto vende o bilhete fajuto para o otário da hora.

43 - Telefone - Alguém liga para a casa da pessoa se dizendo funcionário do banco em que ela tem conta. Não se sabe como ela descobre a data do aniversário e a agência da vítima. Com uma boa conversa, o golpista convence o correntista a digitar, no aparelho de telefone, a senha do cartão magnético. Já viu, não é? Adeus dinheirinho da conta corrente.

44 - Consórcio premiado - Anuncia-se a venda de consórcios sorteados. De carro, casa, equipamentos eletrônicos etc. O vigarista anuncia dois telefones: um fixo que funciona como fax e um celular pré-pago ou roubado. Pelo fax, ele passa o xerox de seus documentos pessoais e deposita uma taxa em uma conta aberta (com nome falso) para garantir o negócio. Feito isso, os telefones não mais atendem e o veículo jamais é entregue.

45 - Falso vendedor de passagens - O malandro entra em ação vendendo passagens com desconto. O bilhete, claro, é falso. Mas o golpe é bem planejado e muitos usam o uniforme das empresas de transporte.

46 - Pechincha - O estelionatário aborda a vítima e oferece um equipamento eletrônico pela metade do preço. Finge que vai buscar o equipamento, que estaria guardado no carro, pega o dinheiro e some. Ou entrega um pacote com tijolo dentro.

47 - Sujeira - Um malandro esbarra ou deixa cair alguma substância na roupa da vítima. Um segundo se oferece para ajudar na limpeza e, como a vítima se distrai, o primeiro aproveita para bater a sua carteira.

48 - Rodoviária - As vítimas são pessoas ingênuas que voltam para a cidade natal com dinheiro vivo. O golpista senta do lado da pessoa no ônibus e puxa conversa. Em pouco tempo, descobre de onde é a pessoa e diz que também é de lá. Ele conta que está carregando cheques, que precisa pagar uma encomenda no caminho e pede para o "conterrâneo" fazer um empréstimo, garantindo que ao chegarem devolverá a quantia. Na parada seguinte, desce do ônibus e some.

49 - Falso padre - Perto de igrejas o larápio se veste de padre, e, quando os fiéis estão a caminho de casa, os aborda e se oferece, com uma lábia convincente, a benzer a casa da vítima por uma módica quantia.

50 - O Golpe da solidariedade - Nílson Pereira José Venâncio, empresário paulista, caiu duas vezes no mesmo golpe. "Eu estava parado em um semáforo quando um homem com as mãos sujas de graxa bateu no vidro. Garoava e notei que ele havia deixado carro com o capô aberto em cima da calçada. Ao lado do carro, tinha um mulher carregando um bebê. Ele me disse que estava sem dinheiro e sem cartão e me pediu R$ 30 para tirar a mulher daquela situação. Depois pediu meu telefone e a minha conta para depositar o dinheiro no dia seguinte. A outra vez aconteceu no aeroporto. Esperava o motorista da empresa quando um cara se aproximou e disse que tinha acabado de chegar, mostrou uma passagem, que tinha de ir para casa. Exibiu o cartão do banco com uma ponta quebrada, disse que precisava de R$ 20 e que no dia seguinte faria um cheque avulso no banco e devolveria o dinheiro. Agora, vou desconfiar até da minha sombra. Se alguém estiver em dificuldade de verdade, vai pagar por essas pessoas, pois não ajudo mais ninguém.